terça-feira, 6 de novembro de 2012

conheça a motivação histórica do colégio eleitoral dos EUA.


ELEIÇÃO AMERICANA

Sistema difícil de mudar, por Sandy Maisel

Sandy Maisel
A eleição presidencial nos Estados Unidos parece uma repetição do pleito de 2000? Mas neste caso, poderia Mitt Romney, o candidato do Partido Republicano, receber mais votos, e o presidente Barack Obama ainda ser reeleito? Como isso pode acontecer num país que se mantém como um modelo de democracia?
Pouco antes da eleição, muitas pesquisas mostravam Mitt Romney, o ex-governador de Massachusetts, liderando por uma margem estreita na votação nacional. A maioria das pesquisas de opinião mostra que o presidente Obama está na frente no Colégio Eleitoral, a forma indireta de eleição usada nos Estados Unidos e em nenhum outro lugar.
Por que os presidentes americanos são eleitos desta forma indireta? Quando a Constituição dos Estados Unidos foi elaborada, em 1787, metade dos estados permitia a escravidão, metade não. Os estados escravistas queriam que os escravos fossem incluídos na contagem da população, mas não votassem. Os estados que não permitiam a escravidão, os estados livres, não queriam que os escravos fossem contados a menos que eles fossem tratados como cidadãos.
Para formar uma união, um acordo, conhecido por muitos como “o pacto com o diabo”, foi fechado. Cada escravo seria contado como o equivalente a três quintos de um homem livre, para o propósito de contagem da população e representação no Congresso.
Mas, claro, isso não resolveu o problema de como escolher o chefe do Executivo, o presidente. Em 1787, não havia presidentes eleitos popularmente em nenhum lugar no mundo — havia um imperador romano, um rei no Reino Unido, um czar na Rússia. Então os americanos inventaram um novo sistema, uma eleição indireta.
E porque os estados não confiavam uns nos outros, a Constituição estipulou — e ainda o faz — que cada estado defina o momento e a maneira com que as eleições são realizadas. Cada estado recebeu um número de votos no Colégio Eleitoral, mais ou menos imputados de acordo com a população (com um bônus para os estados menores), e definem suas próprias regras. E este sistema estranho, um passo retirado da verdadeira democracia de um voto por pessoa, sobreviveu a ondas de democratização até hoje.
Leia a íntegra em Sistema difícil de mudar

Sandy Maisel é professor de Governo no Colby College, em Waterville, Maine. Atualmente, ele está morando no Rio como professor visitante de Estudos Americanos, na PUC-RJ

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