segunda-feira, 23 de maio de 2011

O país do crime sem castigo






Deu na coluna do anselmo Gois do Globo:



Veja só: 95% das pessoas ouvidas aqui ao lado pelo site da turma da coluna, num universo de mais de 500, acreditam que, se fosse no Brasil, o francês Dominique Strauss-Kahn, ex-diretor do FMI acusado de assédio sexual por uma camareira de hotel em Nova York, não seria preso. Nos comentários na internet, muita gente diz que o Brasil é o país do crime sem castigo, ou que aqui a Justiça tarda e... falha. Muitos comparam o danadinho francês ao médico Roger Abdelmassih, acusado de abusar sexualmente de 36 pacientes e até de fraude genética. A investigação começou em 2008. De lá para cá, na maior parte do seu tempo, Abdelmassih ficou solto. Quando foi condenado, já tinha fugido. Márcio Thomaz Bastos, advogado do médico, naturalmente, não pensa assim: “Nos EUA, eles exibem os casos para que sirvam de lição, e ninguém mais cometa aquele tipo de crime. Mas tanto o doutor Roger quanto o Strauss-Khan estão sendo escrachados. Estão mostrando o sujeito abatido, algemado. Tudo isso influencia na decisão dos juízes. Afinal de contas, os julgadores leem esses jornais logo pela manhã.” Outro grande criminalista, Nilo Batista diz que o Brasil e os EUA têm “famílias jurídicas muitos diferentes”. Para Nilo, o caso de Strauss-Kahn é “esquisito”: “Não sei se ele está sendo vítima de armação, mas esse escracho com ele é um elemento a mais para se desconfiar disso. Há tempos, não vejo um preso ser escrachado dessa forma nos EUA. Já o Brasil é o país do escracho.” O antropólogo Roberto da DaMatta tem outro olhar: “A desigualdade, e não a igualdade, é a norma no Brasil. Temos o viés cultural de ‘blindar’, sobretudo os ‘donos do poder’, porque o Estado brasileiro é uma fonte de aristocratização e de enriquecimento. No fundo, o Estado brasileiro contraria princípios básicos da sociedade por proteger os canalhas. A Lei da Ficha Limpa é o melhor exemplo disso. Os outros casos estão nos jornais...” (Daniel Brunet)




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