quinta-feira, 1 de outubro de 2009

O gerador de Lero-lero

IVAN CARLO ANDRADE DE OLIVEIRA

Tem gente que acha que escrever científicamente é escrever difícil. O texto enrolado e incompreensível virou sinônimo de ciência. Infelizmente, pois um dos princípios científicos básicos o da simplicidade, também chamado de Navalha de Ockan (segundo o qual, diante de duas explicações para o mesmo fato, a mais simples é a correta).
Já tivemos o famoso caso do físico Alan Sokal, que mandou um artigo para uma revista científica de sociologia, que foi publicado, com direito a elogios no editorial. Pouco depois, publicou um outro texto: "Físico faz experiência com revista social" no qual dizia que o artigo publicado pela revista de sociologia era apenas um amontoado de besteiras e só havia sido aceito porque: 1) ninguém tinha entendido nada, então acharam genial; 2) por causa do seu título de doutor em física; 3) ele falava o que eles queriam ouvir.
Infelizmente, poucos aprenderam com o caso Sokal e ainda se escreve muita bobagem que passa por ciência. Pior, muitas dessas bobagem são aceitas. Já existe até um gerador de Lero-lero (dica do Danilo Costa, da turma 2. DIN2) que promete fazer uma dissertação de mestrado apenas juntando palavras sem sentido. Coloquei a expressão"método científico" e vejam o que saiu:

É claro que o entendimento das metas propostas apresenta tendências no sentido de aprovar a manutenção dos métodos utilizados na avaliação de resultados. O que temos que ter sempre em mente é que a expansão dos mercados mundiais prepara-nos para enfrentar situações atípicas decorrentes das diversas correntes de pensamento.

Ou seja: um texto prolíxo, sem nenhum significado. Tudo, menos um texto científico.

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